sábado, 31 de julho de 2010

Lembranças da Infancia

Agora quer falar de algo que todos temos em comum: Infancia.
Não importa se alguns tiveram essa fase da vida mais curta, ou aproveitaram menos, todos nós um dia fomos crianças, e eu até hoje aproveito isso. Não sou mais criança a anos, lógico, muito menos tenho atitudes de criança, mas que é que nao brinca as vezes? que não tem ataque de risos? quem não faz piada de coisas bobas? isso é ser um pouco criança ainda, e isso é saudavel.
Eu tenho falado de assuntos muitos chatos, na minha opinião, então achei melhor fazer um post que nos lembre alegrias, ou pelo menos que eu passe pra voces as alegrias da minha infancia.
Ela nao foi perfeita, eu sofri algumas coisas durante essa fase da minha vida. Eu chorei muito lá. Eu sofri, eu fui discriminada. Mas pouco importa, eu fui feliz tambem, e mais feliz do que triste, pois a opinião dos outros pouco me importava já naquela epoca.
Eu nasci e cresci em Curitiba. No bairro do Boa Vista. Passei toda a minha infancia lá e um pedaço da minha adolescencia, já que sai de la com quase 15 anos. La eu conheci pessoas maravilhosas, pessoas ruins, eu brinquei, corri, cai, fiz tudo que se deve fazer quando se é criança.
Eu lembro que quando era bem nova eu gostava de brincar no monte de areia que tinha nos fundos de casa, eu ficava fazendo castelinho e coisas aleatorias. Eu sempre saia de la toda suja, mas a mama não ligava.
Eu era uma criança que adorava dias ensolarados, que gostava de brincar de bola com o pai, quando ele estava em casa e disponivel pra mim.
Mas é de algo antes disso que eu me lembrei agora. Com outro "pai" que eu tive. Entenda, eu amo meu pai, de verdade, mas na epoca ele nao merecia nem um pouco desse amor e adoração que eu tenho por ele. É aquele tipico caso de alcoolatra entende? Ele saia pra trabalhar cedo, eu nao o via, e quando ele voltava já era tarde da noite, pois ele parava no bar e ficava bebendo depois do trabalho. Nunca chegava em casa são. Tinha vezes que ele chegava mais agressivo, outras vezes só chegava bebado e chatinho. Toda noite ele passava no meu quarto pra me ver, ele me amava, mas eu tinha medo dele. Mesmo com medo, eu amava meu pai, nao entendam errado, mas eu tinha uma outra pessoa que ocupava um pouco o lugar de homem na minha vida. Meu avô. Pai da mama. Um homem com seus 73 anos quando eu nasci, que ja havia criado seus 5 filhos. mas que ainda tinha amor pra dar e que ajudou minha mae a me criar.
Eu me lembro de um natal em 1994 talvez, que eu ganhei um cachorrinho de pelucia e alguns outros brinquedos, mas o mais importante da noite era o cachorrinho. Eu queria brincar, mas eu estava choramingando que nao tinha ninguem pra brincar comigo. Foi uma das poucas vezes que eu me lembro dele ter sentado comigo pra brincar. Ele se abaixou no chão comigo e ficou um bom tempo ali brincando comigo e meus brinquedos. Foi uma das cenas mais lindas. Eu tenho fotos, mas elas me fazem chorar.
Voltando as coisas que eu gostava de fazer quando era criança.
Eu sempre adorei bichos. Eu tinha uns 5 cachorros quando era pequena, e eu brincava com todos todo dia. Mas eu tambem tinha galinha, das quais eu tinha medo, eu tinha um coelho, que a minha mae fez o favor de se livrar dando pra alguem e nao me contaou, LOGICO. Eu tinha passarinhos tambem, mas eu achava eles chatos porque eu nao podia brincar.
Eu tinha várias bonecas, mas eu preferia brincar la fora na terra, ou brincando com folhas e coisas assim fingindo que era "comida". O pior dessa brincadeira é que eu queria que alguem comesse aquilo, e eu tinha uma cachorra que realmente comia. Ou ela fingia comer e depois jogava fora, não sei, mas ela era minha companheira nessa brincadeira.
Veja, eu nao tinha nenhuma criança pra brincar comigo, porque a minha unica irmã é 16 anos mais velha que eu, e eu nao tinha permissão de brincar na rua com as outras crianças. Pais superprotetores, conhece? =D
Mas eu nao reclamava disso, gostava de brincar com meus cachorros, ou com a minha mãe.
Ela estava sempre trabalhando pela casa, arrumando alguma coisa ou cozinhando, e nao tinha tempo de ficar só brincando comigo, mas ela deu um jeito de poder fazer os dois juntos.
A gente brincava de "comadre", nome engraçado hoje. A gente simplesmente fingia que eu era uma amiga dela que ia visitar ela na casa dela e a gente ficava usando a imaginação por horas naquela brincadeira.É algo que nao vou esquecer nunca. Era bem divertido, mesmo que nao pareça.
Na hora de dormir minha mãe me colocava na cama, sentava do meu lado e contava historinhas ou cantava musicas antigas de ninar. Eu adorava quando ela ficava cantando. Mama não é cantora, mama desafina, mas a melhor voz pra mim é a dela, a voz que me acalmou tantas vezes e ainda acalma. Ela ficava ali cantando até eu dormir, pra depois ela ir pra cama dela dormir. E se eu acordava ela voltava pro meu quarto comigo e me fazia dormir novamente, ou entao ela me levava pra dormir com ela e o papai. Confesso que até hoje eu durmo com eles as vezes, mas é mais apertado do que naquela epoca.
Quando eu tinha pesadelos ela tambem me levava pra cama dela. Coisa bem frequente. Eu tinha pesadelos quase toda noite.
Eu me lembro que quando comecei a ir pra escola eu estava ansiosa. Antes mesmo de almoçar eu ja estava de uniforme, com a mochilinha arrumada. Minha escola era um pouco longe de casa, e eu e a mae iamos a pé. Eu estava saltitante. Entenda, eu nunca tinha ido a escola na vida, eu tinha 5 anos de idade e me sentia sozinha, e sabia que na escola teriam varias outras crianças pra brincarem comigo.
Quando chegamos na escola a mãe me fez ficar ali fora com ela até soar o sinal. Entrou comigo até minha sala, achei um lugar confortavel quase no fundo da sala, ela deixou todos os meus materiais, me deu um beijo e disse que voltava a tardinha pra me buscar.
Atrás de mim havia um menininha chorando que não queria que a mãe fosse embora, e eu era muito curiosa na epoca, me virei na cadeira e fiquei olhando. Me lembro da mãe da menina me usar de exemplo dizendo que eu nao estava chorando.
A professora do pré começou a falar la na frente e eu logo fiquei entediada. Virei pra trás e disse "Oi" pra menina que antes chorava. Ela respondeu e me perguntou meu nome. Meu primeiro nome é super dificil, e pra uma criança de 5 anos mais dificil ainda. Já de cara ela disse:
"Posso te chamar de Heli?"
Eu aceitei. Até hoje ela me chama assim. Foi minha primeira amiga. Nós brigavamos muito quando eramos crianças, mas a gente sempre se amou. Ela sempre me perdoou das vezes que eu fui má com ela. Porque em geral a malvada da historia era eu, ela era sempre mais calma e boazinha. Até da vez que eu empurrei ela morro abaixo na volta pra casa. Quando eu cheguei em casa naquele dia eu me senti tão mau que corri ligar pra ela. E ela me perdoou. Não acho que eu vá encontrar uma amiga melhor que ela na minha vida.
Mas eu tinha varios amiguinhos na escola. Eu gostava de correr. Brincar de pega-pega, mãe-esconde, banana podre, lenço atrás... E de correr atras dos meninos. Era minha brincadeira preferida. Tinham meus meninos preferidos. Eu gostava porque eu nunca conseguia pegar eles e a gente se divertia. Eu sempre gostei mais de brincar com meninos.
Eu nunca me dei muito bem com meus primos, nunca mesmo, até hoje. Eu só gostava e ainda gosto de um deles, o unico primo menino que eu tinha, o Junior.
Ele sempre ia la pra casa depois da aula dele, que era de manhã, esperar a mae dele ir buscar. Dai a gente ficava brincando. Eu adorava jogar tazo com ele. Ou aquelas cartinhas do Pokemon que sairam a uns trocentos anos atras.
Mas eu nao gostava das minhas primas. Elas judiavam de mim, eu sempre me dava mau nas brincadeiras delas. Elas me batiam porque eram mais velhas.
E a crueldade maxima delas era jogar na minha cara que eu morava de favor na casa do vô.
Deixa eu explicar, minha familia morava com o Vô, mas não era de favor. A mama cuidava do vô, porque ele nao tinha mais idade pra se cuidar sozinho, entende. E a mãe que pagava as contas da casa, não o vô. Era a mae, com o dinheiro do pai, que comprava comida. O vô só comprava a carne dele porque ele insistiu muito nisso.
E elas gostava de dizer isso pra mim. sabe porque? Porque eu chorava. Porque eu era pequena e nao podia fazer nada pra elas. Minhas tias tambem gostava de dizer essas coisas pra mim e pra minha mae. Um dia mamae ensinou a elas que nao se deve mexer com a gente.Brigas familiares.
Meu pai me deu uma bicicleta quando eu tinha uns 9 anos e me ensinou a andar. Eu simplesmente achei o maximo andar de bicicleta.
Agora eu já tinha permissão pra brincar la fora. Eu conheci o Rafa, que era um menino cerca de 3 anos mais novo que eu que morava na frente de casa. Ele adorava andar de bicicleta. Nos demos muito bem. Eu passava minhas tardes brincando com ele até anoitecer. A partir dele eu conheci as outras crianças da rua. Não tão crianças ja, pois eu era a mais nova com 10 anos, os outros tinhas 12,13 anos. Mas nos demos bem. Brincavamos de correr na rua de bicicleta, brincavamos de qualquer coisa.
Eu fui crescendo mais e mais, e a gente ainda brincava na rua. A gente subia em arvores pegar fruta, a gente fazia vaquinha pra comprar gasosa. Passavamos horas conversando na escadinha da frente da minha casa.
E depois disso eu fui crescendo cada ano mais. E com quase 15 anos eu fui separada dos meus amigos.
Meu avô havia falecido no final de 2005, eu tinha 13 anos. E a casa havia sido vendida. Fomos obrigados a nos mudar pra onde moro hoje, que é bem longe de lá.
Mas nao importa, eu nao esqueço de tudo que vivi la, das pessoas que conheci, dos amigos, das brincadeiras. E que fique claro que eu NUNCA vou esquecer do meu vô.
Eu considero a minha infancia algo normal. Feliz. Com seus pontos ruins, coisas tristes e tudo o mais, mas nenhuma vida é perfeita. E hoje se eu pudesse voltar a ser criança, voltar a ter 4, 5 anos de idade, eu faria tudo exatamente igual. Foi uma fase muito importante pra mim, e nnao só pra mim  como pra todos. A infania é de onde tiramos nosso carater, é de onde vem muito do que somos hoje. E muito do que sou hoje vem da minha epoca de criança.

Espero que tenham gostado pelo menos um pouco de tudo que eu falei. Eu agradeço muito ao pessoal que está lendo, realmente voces tem me deixado muito feliz e muito empolgada em escrever mais. E eu quero dizer que a ideia de escrever esse post sobre a infancia não foi exatamente minha. Uma amiga me disse que eu poderia escrever sobre isso, e eu adorei a ideia. Ela sabe que é dela que eu to falando. Eu te adoro muito menina, ta? De verdade!!!

Um comentário:

  1. Falar da infância sempre tem aquele ar nostálgico ;)

    saudades de brincar!

    amo você! =*

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