domingo, 26 de agosto de 2012

Sou invisível


As vezes ainda sinto vontade de escrever loucamente sobre qualquer coisa que passe na minha cabeça. Hoje é um dia desses. O momento é agora.
Mentira, foi enquanto eu estava embaixo da água quente do meu chuveiro. Lá eu penso bem mais. E viajo. E sou EU.
Acho que todos nós somos mais nós mesmos quando estamos no chuveiro. Sem mascaras, sem aparências. Porque é só você com você mesmo.
Filosofando de novo, parei já.
Sabe quando você não tem certeza das suas memórias?
Isso soou estranho. Eu sei.
Mas é uma coisa que me atinge desde muito tempo. Eu não tenho certeza se as coisas que eu me lembro realmente aconteceram. Ou se aconteceram da maneira que eu me lembro.
As vezes parece que tudo que eu me lembro é uma mentira que eu contei tantas vezes pra mim mesma que eu passei a acreditar que é verdade.
As vezes acho que minhas memórias não são reais. Isso é insano, mas é o que eu sinto.
Eu olho pra trás eu começo a lembrar de momentos específicos e me pergunto se aquilo estava mesmo ali. Porque é loucura.
Eu acho é loucura. Não faz sentido nenhum.
Outra coisa que eu tava pensando feliz e contente enquanto estava no meu chuveiro é que eu sou ótima em ser invisível.
Quando eu era mais nova eu gostava muito do filme “O Diário da Princesa”. Eu acho um filme bonitinho. Assisti ele mais vezes do que gostaria de admitir. O ator que era o irmão da melhor amiga foi uma obsessão da época. Enfim, neste filme, antes da garota descobrir que era uma princesa ela era invisível.
Ela mesma diz “Minha meta na vida é ser invisível. E eu sou boa nisso”
E eu dizia a mesma coisa. Mas sem saber o quanto isso é ruim. É triste.
Os anos passaram e eu realmente me tornei invisível. Eu fico indignada em ver que na porcaria do facebook tem 300 e poucas pessoas e nenhum imbecil realmente me vê. A poha do Twitter tem 100 e alguns seguidores e ALGUM REALMENTE LE E SE IMPORTA com qualquer merda colocada lá?
Sei que redes sociais não são um bom contador, mas seria de se esperar que de tantas pessoas nessas coisas algumas delas me enxergassem de verdade. Mas não.
Se são duas ou três nessa soma toda que me conhecem, que me enxergam, é muito.
Porque diabos as pessoas fingem tanto? Onde elas pensam que vão chegar com tudo isso? Eu nunca vou entender metade das coisas nesse mundo. E acho que eu não quero entender porque eu tenho nojo.
Eu tenho um problema muito grande em olhar pra fora e ver todas as merdas que as pessoas estão fazendo. Cada dia que passa a hipocrisia é maior. A falsidade, as mentiras que nunca terminam.
Eu não sou um exemplo de boa pessoa, decididamente não sou. Eu sou mentirosa, eu sou ruim. Mas espere ai. Eu não chego nem aos pés de muitos que estão do lado de fora da minha porta.
Acho que é por toda a merda que eu vejo do lado de fora da minha porta que eu fico o máximo de tempo possível dentro dela, trancada. Longe de todos. Aqui eu tenho paz. Aqui o mundo é mais bonito. Pelo simples fato de que aqui dentro eu tenho historias, livros, filmes, fanfics e a minha imaginação pra fazer de tudo isso um lugar mais agradável.
Eu sou tão sensível com isso de “mundo” que as vezes chego a sentir um nó na garganta e o peito apertar só de pensar onde diabos iremos todos parar.
Ou talvez tudo isso seja apenas uma desculpa pra ficar aqui, sozinha e invisível.

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