domingo, 29 de setembro de 2013

Porque se apaixonar?

Sei que estou batendo muito esse assunto de paixão e tudo mais, mas é o que roda minha mente esses tempos.
Como podem as pessoas quererem tanto se apaixonar?
Eu particularmente não entendo essa fascinação que o ser humano tem em depender de alguma outra pessoa para sorrir bobamente, para se sentir extasiado. Para estar leve. Isso raramente acontece quando se apaixona.
Talvez eu seja pessimista, talvez eu tenha azar na vida. Talvez e mais talvez. Mas as vezes em que me apaixonei e me senti realmente feliz com isso foram tão poucas que nem consigo me lembrar direito.
Toda paixão traz sentimentos conflitantes, confusos e muitas vezes incômodos.
Você vai lá e faz a cagada de se permitir apaixonar por alguém, não importa quem ou como, mas acontece. E aí a pessoa se torna o centro do seu mundo. Onde antes havia você e apenas você como prioridade, agora há outra pessoa pela qual seu mundo segue girando. Há quem diga que isso é algo bom, ter alguém por quem seguir em frente, mas eu particularmente prefiro ter meu mundo girando por mim mesma, ser eu mesma o motivo de seguir em frente.
Porque quando você coloca em outra pessoa sua esperanças, e é isso que acontece quando se apaixona, você dá uma grande abertura para se decepcionar. É quase certo que você vai se decepcionar. Porque ninguém vai agir como você espera, a pessoa pela qual você tem esses sentimentos e em quem você coloca suas esperanças nem sempre sabe que você se sente assim. E mesmo que saiba, poucos são capazes de entender isso e não te decepcionar. E não é culpa delas. A culpa é sua por esperar que alguém vá agir da maneira que você espera, precisa, quer. E aí você se decepciona, e se machuca. E chora, e então o drama está iniciado.
Quando nos apaixonamos ficamos idiotas. Uma sms, uma ligação ou até mesmo algo que te faça lembrar a pessoa te faz abrir um sorriso idiota em qualquer lugar. Você pode estar no meio de uma prova que você está fodido e nem faz ideia da matéria que está fazendo prova, aí chega algo no seu celular e você abre aquele sorriso característico da pessoa apaixonada. Porque diabos você tá sorrindo criatura? Você está fodido.
Mas não, o simples fato da outra pessoa ter lembrado de você te faz esquecer tudo e todos ao seu redor e sorrir.
Isso não é exatamente ruim, mas eu realmente acho ridículo. Toda vez que isso acontece comigo eu me sinto uma completa idiota. Portanto não estou julgando os outros, estou julgando os outros e a mim.
Sem contar que cada vez que você sai com a pessoa pela qual você se apaixonou o mundo pára, você não se importa com nada. Você não se importa em ser idiota, em estar desconfortável em algum lugar ou situação. Nada mais importa (e veja aí mais uma vez “nothing else matters” em uma coisa feita por mim), além de ter aquela pessoa do lado.
E depois que a pessoa vai embora você nem consegue pensar direito nas coisas, não quer tirar aquela sensação que a presença do outro deixou em você. E quando a sensação finalmente se esvai, você fica tentando reviver mentalmente a presença dela para sentir, mesmo que apenas uma ínfima parte da sensação que sua presença deixa.
Eu considero um verdadeiro inferno e gostaria imensamente de nunca sentir isso novamente.
Mas a infelicidade está em ser humana. Em ter um coração, ter uma mente absurda que tem vida própria e decide quando se apaixonar por alguém. E faz isso quando eu menos quero. Porque eu nunca quero, mas sempre, sempre acontece.
Nunca vem quando ou por quem a gente quer. Vem quando não podemos, não queremos. Vem por quem não deve, por quem não te quer ou nem ao menos te nota.
E ainda tem gente que acha maravilhoso se apaixonar e fica por aí choramingando que não está apaixonado por ninguém e que a vida não tem sentido assim.

Preferia que a vida não tivesse sentido do que estar apaixonada. Simples assim.

sábado, 21 de setembro de 2013

Obsessões e não paixões.

Muitos e muitos dias eu quis escrever, eu tive pensamentos e sentimentos a serem expostos, mas nem sempre tenho um papel ou um teclado por perto, então muito disso se perdeu, infelizmente. Porque muitos dos meus pensamentos eram dignos de nota.
E novamente estou escrevendo do meio do furacão confuso que é minha vida. Ela nunca será calma ou comum. Mas será que existe essa coisa de vida comum? Normal?
Porque do meu ponto de vista não. Se a minha vida é esse caos todo, porque a dos outros não seria? Eu não acho que sou assim tão diferente de todos os outros, mesmo que eu tenha a certeza de que sou unica.
É tão esquisito quando, depois de tanto tempo, a gente volta a se envolver emocionalmente com as pessoas. E isso passa de esquisito a ruim quando você só quebra a cara a cada pessoa que se envolve.
Eu devo ter um dedo muito podre para homem. Ou talvez um azar imenso. E, pode ser também, um genio terrível. Ou seria tudo isso junto? Quando se trata de mim, nada é impossível.
Em um ano eu consegui me envolver emocionalmente com duas pessoas. E quebrar as fuças as duas vezes. Eu mereço um premio!
Mas eu não consigo culpar este último garoto. Eu realmente não posso culpá-lo por algo que eu mesma causei. E nem mesmo posso culpá-lo pelas coisas que ele fez, porque antes mesmo de qualquer coisa eu já sabia como ele era. E eu sabia que as chances eram tão pequenas que eram quase nulas. Mas fui lá e insisti, baseada em poucos gestos e algumas palavras escritas sob efeito de substâncias que eu nem mesmo sei quais.
Do primeiro garoto que conseguiu me tirar do meu exilio emocional não gostaria de falar. Basta que eu escreva que ele é um garoto que não cresceu, que quere ter o mundo aos seus pés. Um daqueles meninos que ingenuamente acreditam que podem ter tudo e todos que quer. Uma pena.
Mas uma parte minha é grata a ele. Grata ao fato de ter me tirado deste exilio emocional, derrubado um pouco das minhas muralhas e ter me mostrado que eu sou, sim, capaz ainda de sobreviver a desilusões amorosas, mesmo depois de tudo que já sofri.
Ele me mostrou que eu sou forte suficiente pra quebrar a cara com ele e pouco tempo depois ter praticamente me apaixonado por outro.
Uma parte de mim ainda rejeita automaticamente o fato APAIXONADA.
Eu não me apaixono. Não mesmo. Eu tenho novas obsessões.
Enfim.
Eu não devia ter me envolvido com esse garoto, eu sabia que ele era distante, diferente, arisco. Eu sabia que ele acabara de sair de um relacionamento bem bizarro. E, acima de todos esses motivos, eu sabia muito bem com o que ele mexe.
Mas como a boa idiota que sou, pensei que não teria problema. Pensei que eu não me envolveria emocionalmente. Seria apenas uma brincadeira, apenas curtir um pouco. As vezes.
Mas aí eu deixei as coisas ficarem diferentes. Eu quis ver ele novamente. E então eu apenas deixei que seus carinhos me embalassem o sono. Deixei que meus impulsos de beijá-lo ao acordar see manifestassem. Deixei o sorriso tomar conta do meu rosto ao ler seu nome no visor do celular.
Tudo estava perdido então.
Quando me dei conta sorria a toa ao me lembrar dos momentos próximos a ele. Eu estava esperando ansiosamente o momento para vê-lo de novo. Eu contava os minutos para receber uma nova mensagem no celular e aundava de frustração se não era dessa criatura absurda.
Em poucos dias me tornei uma idiota. E agora me sinto ainda mais idiota.
Porque faz duas semanas que essa pessoa sumiu sem deixar vestígios na minha vida. Nunca mais respondeu as mensagens, nunca ligou ou apareceu. Mesmo depois de prometer que nos veríamos de novo. Mesmo depois de dizer que sou o anjo. Mesmo depois de, mesmo ao lado de qualquer outra garota, passar horas da madrugada conversando comigo. Mesmo com tudo isso, ele sumiu.
E agora só me resta lembrar e, contraditóriamente, esquecer.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Exorcizando mais um demônio da minha vida.


Eu acredito que a gente só consegue contar uma historia depois que ela acabou. Depois que as feridas fecharam e ficaram, no máximo, algumas cicatrizes. Só podemos contar uma historia quando ela passou, se tornou apenas uma historia mesmo, e não é mais parte da sua vida.
Depois de um ano e meio, quase dois anos eu acho que está na hora de contar essa historia. Vomitar todos os restos. É uma maneira de lavar as cicatrizes da minha pele.
Eu sempre exorcizo meus demônios assim. Contando a historia, fazendo com que se passe toda novamente pela minha mente, escorrendo por minhas mãos e deixando que morra no papel.
Essa é uma das minhas historias tristes. Talvez comovente, mas isso não importa. Não estou contando isso para comover ninguém. Quero apenas jogar todo o lixo no lixo pra poder seguir em paz com meus pensamentos e sentimentos.
Não é segredo pra ninguém que eu tive um namoro a dois anos atrás que terminou de uma forma... cruel, talvez. Eu não tenho problemas em dizer isso pra qualquer um que pergunte. Mas eu tenho problemas em expressar o que senti naquela época, o que passava pela minha mente. E algumas coisas, eu admito, ainda estão em meus pensamentos. Estão gravados na minha alma. Escrito a fogo para nunca mais se apagar.
Não importa, eu sou mais forte que essas marcas.
Na época todos sabiam que estávamos brigando demais, mas pra mim as coisas ainda eram normais. Pra mim ainda nos amávamos como sempre e tudo ficaria bem, era apenas uma fase. Eu estava com a mente em paz, mesmo com as brigas. Mas pra ele era demais.
Muito depois eu percebi que talvez a culpa não tenha sido das brigas, ou minha. A culpa foi de quem ele conheceu, do que ele fez. Da falta de caráter dele.
Creio eu que esteja certa a respeito disso. Essa garota entrou na empresa que ele trabalha, e ela era tudo que ele admirava, fisicamente falando. Ruiva, tatuada, com dezenas de piercings espalhados pelo corpo e uma pose de “sou fodona”. Mas ao invés de ser honesto comigo, ele preferiu brincar um pouco. Sabe como é, demônios se divertem com os sentimentos dos outros. Eu sei bem.
Eu tenho plena certeza que por um tempo ele esteve comigo e com essa garota. Procurando formas de terminar comigo e ao mesmo tempo continuar me tendo em sua cama. Claro, ele não queria perder o que tinha. Só queria mais.
Numa certa noite tudo estourou. Nós já havíamos brigado muito no dia do aniversario da minha mãe, ele conseguiu destruir o aniversario da pessoa mais importante do meu mundo, e eu não me importei. Eu estava tão cega que não me importei com a minha própria mãe. Até hoje me sinto mal por isso. Mas eu me sinto mal por muitas coisas que aconteceram naquele tempo.
Havia se passado um dia. Nós conversamos, ele dizia que me amava e que tentaríamos mais. Mas algo mudou no dia seguinte. Eu senti que ele queria brigar novamente, ele procurava em todas as minhas palavras e atitudes um motivo, um estopim para começar de novo.
Mas eu não percebi, e me lembro de me culpar por meses. Por meses eu senti a culpa de ter acabado aquele noivado.
É, já éramos noivos. Ele havia pedido para se casar comigo. Eu acreditava em suas palavras.
Naquela noite ele foi embora, me deixando arrasada para trás. Eu achei que ele também estava sofrendo, mas agora vejo que não. Ele não sofreu porque ele já tinha outro alguém. E eu estava completamente sozinha.
Eu estava desesperada e aquele maldito havia me deixado doente. Eu estava doente e dependia dele pra me sentir bem. Ele, por meses, manipulou meu emocional e psicológico para ser totalmente dependente dele para se sentir em paz, feliz.
E quando eu vi ele sair portão a fora, eu quebrei. Eu desliguei meu lado racional e agi como uma completa idiota maluca. Chorei, gritei, corri atrás dele na rua. Deixei que ele me jogasse na rua, que me empurrasse pra longe, caindo e me machucando. Mas a dor emocional era muito maior que a física. Ele foi embora, e eu fiquei ali, no chão em todos os sentidos possíveis da expressão. Sozinha. Machucada. Chorando.
Naquela mesma noite consegui magoar minha mãe, brigar e apanhar da minha irmã e deixar meu pai péssimo.
Eu acabei aquela noite na minha cama, machucada, chorando e querendo morrer.
E por várias noites e dias que seguiram a esse episodio eu me senti assim. Eu não queria viver. Eu só pensava em como eu morreria. Não poderia viver sem ele.
Muito depois eu percebi que eu estava doente. Depressão. Tão pateticamente obvio, já que eu sou uma pessoa que tem essa doença. Ela não tem cura, acreditem. Ela se esconde por uns tempos, apenas.
Os dias foram passando e eu já não tinha nenhum amor próprio ou orgulho. Eu rastejei atrás dele, implorei, chorei. Fiz tudo que uma pessoa nunca deve fazer por outra. Ainda mais se essa outra pessoa em questão não está dando a mínima pra você.
Ele dizia que ainda me amava mas que não suportava nossas brigas. Quanta mentira numa frase só, meus deuses. E eu acreditava. E chorava, e me arrependia. E implorava.
Quantas vezes naquelas semanas que seguiram o dia que ele saiu da minha casa ele me humilhou, nossa. Foram incontáveis vezes. Na rua, nas praças, no shopping, na casa dele. Em qualquer lugar. E eu sempre estava quieta, deixava que ele fizesse tudo isso. Eu não era eu naqueles tempos. Eu era uma sombra do que um dia fui. Na realidade, nem uma sombra eu era. Eu não existia.
Eu não consigo lembrar de todos os detalhes da crueldade dessa criatura, porque minha mente bloqueou boa parte das minhas lembranças daqueles dias. Uma forma de me proteger, acreditem.
Durante esses dias horrorosos eu também encontrei coisas boas. Mesmo que eu só tenha notado isso tempos depois.
Minha melhor amiga havia me mandado uma música de uma banda que ela ama, e disse que valeria a pena eu ouvir e ver a tradução, pois fazia sentido com o que eu estava passando.
E eu ouvi. E aquelas palavras da letra entraram na minha mente. A melodia e a voz maravilhosa dos cantores ficou nos meus ouvidos, ressoando e pedindo para ser ouvida novamente. Por dias e dias foi o único som que eu ouvi.
Por um momento me perdi no tempo, vou explicar aqui.
Quando ele me disse que não adiantaria eu fazer mais nada, ele estava com outra, meu mundo parou, ruiu em cima de mim. Me afundou.
Eu achava que estava no fundo do poço quando estava indo atrás dele, tentando uma chance. Mas quando ele me disse isso eu senti e quase ouvi meu coração quebrando. Não é brincadeira ou excesso dizer isso. Eu realmente senti.
Chorei. Cansei de chorar. Dormir. Tive sonhos, acordei chorando. E eu queria ficar sozinha, no silencio. Expulsei meus pais do meu quarto tantas vezes que uns dias depois eles não tentavam mais falar comigo. Eu chorava dia e noite. Eu parei de comer. Eu não saia da cama. No máximo me arrastava até o banheiro uma vez ao dia.
Não estou brincando. Eu passei pelo menos duas semanas só tomando água ou algum iogurte que alguém deixava no quarto enquanto eu dormia. Eu chorava, me afogava naquela dor maldita.
Eu fiquei mais doente. Alem da depressão meu corpo enfraqueceu, eu não tinha forças pra sair da cama mais. Meus músculos ficaram doloridos, minhas pernas ficaram fracas. Eu havia ficado duas semanas sem comer ou sair da cama. Eu tinha largado o colégio. Eu estava desistindo de viver.
Por varias vezes estive com objetos cortantes em mãos, pressionados contra minha pele. Mas covarde como sou, não tive capacidade de me matar. Graças aos deuses.
Mas eu quis. Eu tentei me jogar em carros na rua, tentei tomar remédios em excesso. Quis usar todos os tipos de drogas possíveis pra tentar acabar com a minha vida.
Não consegui que nenhuma das coisas acima funcionassem. Então entrou a musica que eu falei antes.
Aquelas palavras entraram na minha cabeça. E então eu, usando as palavras da música como apoio resolvi que iria viver, melhorar e que jamais iria ver ele novamente.
And don’t you dare come back and try to make things right, ‘cause i’ll be ready for a fight” Era o que dizia a frase que eu repeti mil vezes a mim mesma. A letra da musica era inteira feita pra mim. Parecia que aquele caras me conheciam, sabiam o que tinha acontecido comigo e tinham escrito aquela letra pensando em me ajudar. Era quase isso que eu sentia ao ouvir a voz de Danny Jones e Tom Fletcher cantando POV.

"I never wanted everything to end this way,
But you can take the bluest sky and turn it gray.
I swore to you that I would do my best to change,
But you said it don't matter,
I'm looking at you from another point of view,
I don't know how the hell I fell in love with you,
I'd never wish for anyone to feel the way I do."

Pelo que me lembro eu levei dois dias pra sair de casa e voltar a estudar. Eu estava fraca, machucada, doente, mas eu tinha um motivo pra levantar. Uma musica, não importa. Era o meu motivo.
Eu ainda explodia em crises de choro a qualquer momento, mas eram apenas crises e elas passavam.
E depois de sair de dentro do meu casulo, do meu inferno pessoal, eu vi que eu não estava sozinha.
Alem da minha melhor amiga, que foi a primeira a me ajudar e as vezes acho que nem ela sabe o tamanho do bem que fez. Ela salvou minha vida com uma musica.
Alem dela eu tinha as pessoas do colégio. Nem todos eram meus amigos íntimos, mas todos fizeram seu papel em me ajudar quando precisei. Mas dois em especial me salvaram naqueles dias.
Nunca me deixavam sozinha, sempre ao meu lado pra tudo. Pra estudar, pra fumar, pra conversar, pra comer. Pra tudo eles estavam comigo. E eu devo muito a eles, mais do que eles imaginam.
Aquelas noites no colégio acompanhada por eles me ajudaram a voltar a sorrir, diminuíram as crises de choro até que elas desaparecessem.
A maior vitoria foi realmente voltar sorrir com alegria. Foi voltar a brincar.
Meu lado emocional estava muito frágil. Eu não podia me envolver com ninguém, amorosamente. Mas eu estava quase viva de novo.
Eu ainda era uma pessoa amarga, fria. Distante. Viciada em cigarros e bebidas. Mas eu estava quase viva.
Na mesma época que eu tinha apoio desses dois amigos no colégio, eu encontrei em uma pessoa absolutamente improvável alguém importante pra mim. Alguem que até hoje faz a diferença na minha vida. O melhor amigo do meu ex.
Isso soa absurdo, eu sei, mas o melhor amigo do cara que destruiu minha vida me ajudou a colocar as coisas no lugar. Mesmo com gestos pequenos e algumas palavras. Ele me ajudou, ele colaborou na minha volta a vida.
Com um anel ele fez com que eu parasse de sentir falta da aliança a muito perdida. Com algum tempo ele me apresentou pessoas que me faziam rir e ter um motivo pra sair de dentro de casa nos fins de semana. Com palavras de apoio ele me ajudou a ficar em pé.
Cada pessoa que vivia comigo naquela época teve sua participação na minha volta a vida, mas obviamente não me recordo tudo que todos fizeram.
Mas eu sei que foi durante aqueles meses que eu conheci a melhor pessoa do mundo. Meu melhor amigo. Culpa do twitter.
E então eu viajei com meus amigos pra praia. E eu me diverti de verdade pela primeira vez depois que minha vida havia desmoronado.
E foi ali que eu me declarei devidamente curada. Mas me proibi de me apaixonar.
Eu tranquei meu coração a sete chaves. E joguei fora todas as chaves, eu não queria mais amar ninguém. Passei a considerar o amor uma coisa que era perigosa pra mim.
Eu ajudava e apoiava a todos em suas paixões e sempre admirei os casais formados ao meu redor. Mas eu estive sempre sozinha.
E feliz. Devidamente completa, curada, viva e feliz sozinha.
Eu levei quase dois anos pra descongelar o coração. Alguem deve ter achado as sete malditas chaves do meu coração e abriu ele de volta, mas por sorte eu ainda estou conseguindo me manter forte.
E agora eu olho pra trás e vejo que eu era apenas obcecada por ele. Apenas isso. Não era amor já havia tempos. Era apenas uma obsessão, uma dependência. Como uma droga.
Ele não passou de um vicio meu. Que passou.
Agora eu olho para aqueles dias e percebo que eu nunca amei ele de verdade. Eu fui apaixonada, claro. Eu era dependente dele, mas eu não o amava.
Eu sei o que é o amor, e não é aquilo.
E enfim eu consegui escrever tudo que passei. Não detalhei muito os piores momentos, mas acho que qualquer um que leia entende a profundidade da minha dor na época. A extensão das feridas.
E claro, as marcas que as palavras dele deixaram em mim. Como pude esquecer de falar sobre isso?
É o que mais me prejudica hoje. É o que ainda destrói minha vida, mesmo agora que superei tudo em relação a ele.
Aquelas malditas palavras repetidas mil vezes em meus ouvidos. Isso me marcou, me mudou. Me destruiu um pouco. E ainda não recuperei-me disso.
A crueldade de algumas pessoas não tem limite, e nem mesmo eu posso saber onde isso chega.
Por muitas vezes eu ouvi e fui levada a acreditar, por ele, que eu jamais seria boa suficiente pra alguém. Gorda, feia, desinteressante, irritante, chata, burra, lerda. E daí pra pior.
Ouvir isso uma vez já é horrível, agora imagine como foi ouvir isso incontáveis vezes, ser trocada por outra pessoa, ser humilhada. Imagine o que isso pode fazer com a auto estima de alguém.
Destrói, acredite. Eu perdi totalmente a auto estima, a confiança nas pessoas. Eu passei a acreditar que todos os homens que se aproximam de mim querem apenas se divertir e depois me jogar fora, assim como ele fez.
Eu fui levada a acreditar que não passo de uma noite de diversão, que não sou boa suficiente para ficar mais do que isso na vida de alguém. Que não sou boa suficiente para ser importante pra uma pessoa.
E não importa o quanto eu lute contra esses pensamentos, eles sempre voltam a me assombrar. Sempre. E por mais que eu pareça confiante e totalmente egocêntrica, eu não sou. Eu não acredito em nada do que eu digo sobre eu ser linda, maravilhosa e tudo mais. E isso tudo é culpa dele.
Foi um pedaço meu que foi brutalmente assassinado e que eu não consegui, ainda, fazer voltar a vida.

terça-feira, 9 de abril de 2013

O que seria de você sem mim? Mas... E de mim, sem você?


A cada vez que eu te pergunto “o que seria de voce sem mim?” eu tenho vontade de responder eu mesma essa pergunta.
Seria um garoto fantoche de uma menina. Seria um cara com a faculdade trancada e sem estagio. Seria um cara sem gasolina no carro. Seria um garoto em depressão. Seria o cara que não tem uma garota que se importa de verdade.
Seria o garoto que passa fome toda noite na faculdade. Seria o menino que nunca acha nada em lugar nenhum.
Seria tudo isso mas também seria o cara que não tem uma escolha super difícil pra fazer. Seria o cara que não precisa se preocupar com uma garota amiga e uma garota “namorada”. Seria apenas o cara que sai com uma garota e vive uma vida normal.
Seria comum.
Eu sei que não seria o cara que eu estava esperando.
Sem mim você seria comum. Mais um na multidão.
Mas aí eu caí na sua vida, e eu sabia que eu te encontraria, já haviam me avisado que seria você. Mas eu não sabia que você ia virar minha vida de ponta cabeça, tirar as coisas do lugar, adicionar outras coisas e bagunçar tudo tornando a minha e a sua vida uma bagunça só. Eu não imaginei que você chegaria na minha vida preta, cinza e branca organizada e fria e jogaria todas essas cores e sentimentos nela, bagunçando tudo e me deixando totalmente perdida em mim mesma.
E como nada na minha vida é simples, com você não seria diferente né? Nada que eu consigo vem fácil ou sem lagrimas, sangue e suor. Nada mesmo. Mas de certa forma é isso que faz valer tanto a pena tudo que eu conquisto. O que não é muito, mas não vem ao caso.
Claro que haveria todo o tipo de complicação. Mas eu encaro tudo isso como um teste pra mim. É um teste pra ver se eu realmente vou merecer isso. Porque de você só pode vir algo bom, uma pessoa que me faz sentir essas coisas não pode trazer coisas ruins pra mim.
Porque eu sinto a felicidade, alegria ao seu lado. Eu sinto auto-confiança, eu sinto que sou tudo que seus olhos me dizem. Sinto que sou bonita, que atraio olhares. Perto de você sinto meu cérebro correr e ser o mais afiado. Sinto meu sorriso o mais brilhante. Porque perto de você eu deixo que meus defeitos sejam menores, que as tristezas sejam nulas. Ao seu lado eu sou quem eu desejo ser.
Uma pessoa que traz sentimentos assim pra mim não pode ser nada menos do que especial.
Eu me sinto perdida, não nego isso. E tem dias que te trato estranho, como hoje por exemplo. Dias que não consigo sorrir e fingir que não estou machucada. Toda essa nossa situação me machuca muito, muito mais do que imagina. Porque na realidade você não sabe até onde meus sentimentos chegaram. E na verdade eu mesma já não sei onde meus sentimentos chegaram. E isso dói. Qualquer sentimento me machuca, já que eu fiquei tanto tempo sem eles.
Hoje eu nem consegui sorrir direito pra você e apenas nos tratamos mal, ou na melhor hipótese da noite, de forma indiferente.
O único momento que me esforcei, dei minhas ultimas forças pra sorrir e te dar o carinho que eu quero te dar o tempo todo foi antes de me despedir. Querendo ou não é o momento que fico mais frágil perto de você. Quando estou prestes a ir embora. Eu te fiz um carinho e deixei que você dissesse que gosta de mim. Mas respondi meio mal, eu sei.
Isso é uma defesa. Eu estou machucada por não ter você pra mim, mas vai passar.
Sempre passa. Amanhã eu vou acordar, pensar em você e sorrir. E a noite, quando eu ver você, eu vou sorrir de novo e teremos momentos melhores, porque amanhã a magoa de ontem já vai ter sumido e só vou estar com saudade de novo.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Elogios


Esses dias atrás eu tava pensando sobre elogios. Eu tenho certeza que já escrevi aqui sobre isso, mas senti necessidade de escrever novamente. Nem me lembro direito porque meus pensamentos vagaram por esse assunto em especifico, mas cheguei a conclusão de que sou uma pessoa que não sabe elogiar. E tem problemas em ser elogiada.
Claro que muitas pessoas são assim e eu nem posso dizer que sou a única com esse problema. Mas talvez o meu caso seja mais complicado, ou não.
O que importa é que vou escrever sobre isso porque eu quero e pronto.
Comecei a analisar as minhas reações pessoais a elogios. O primeiro fator que determina a minha reação ao elogio é DE QUEM ELE VEM.
Se a pessoa que está me elogiando é alguém de quem eu gosto, tenho amizade ou alguma afinidade, esse elogio me deixa feliz e totalmente sem jeito. Dependendo de qual elogio é.
Mas tem o fato de que se quem está me elogiando é alguém que eu sou “apaixonada”, aí fodeu. Fodeu. Porque eu travo, gaguejo, sou grossa, não respondo, fico tremendo e depois me sinto uma idiota. Por quê? Porque eu sinto vergonha. Poha, é a pessoa que eu gosto que ta me elogiando.
Se é alguém que eu não conheço eu fico totalmente sem jeito mas me esforço pra agradecer de forma humilde e graciosa. E acredite quando digo que me esforço mesmo nisso.
Graciosidade não é algo que eu seja boa.
Uns dias atrás um garoto na faculdade tentou me elogiar quando eu estava me depreciando. Eu fiquei tão absolutamente envergonhada que acabei dando uma patada no menino. Coitadinho. Me senti culpada por uma semana inteira depois disso. Mas passou.
A conclusão final é que eu sou uma pessoa realmente tímida com elogios. Eu aceito eles, mas com uma vergonha absurda. Eu adoro elogios assim como qualquer pessoa, mas fico sem graça quando recebo um.
O meu grande problema é em elogiar. Eu não sei elogiar.
Não é draminha nem nada, é um fato. Eu não sei fazer elogios as pessoas. Eu só sei criticar.
Probleminha de programação meu, só pode.
Eu paro pra pensar nisso quando as pessoas me elogiam. Eu penso que poderia retribuir, mas não consigo.
Minhas amigas ás vezes dizem que estou bonita, elogiam a maneira que me maquiei no dia ou falam do meu cabelo. Eu consigo apenas agradecer. Mas as vezes eu penso que podia dizer que a maquiagem delas também está ótima ou coisa assim.
Mas não sai.
Eu consigo ver coisas ótimas nas pessoas, mas só consigo elogiar pessoas muito próximas e muito intimas de mim. Esses dias eu queria falar que o cabelo da minha amiga tava lindo, mas não consegui. Eu queria dizer pro garoto que acho os olhos dele lindos, brilhantes. Mas não sai.
Eu nunca consigo. Isso é complicado porque as vezes acho, ou tenho certeza, que as pessoas esperam que eu as elogie também.
Se por acaso alguém ler isso, espero que saiba que eu realmente não consigo. Talvez um dia eu consiga expressar meus elogios em palavras, mas atualmente eu só consigo pensar neles, mas não penso em forma de palavras, penso em forma de imagens. E imagens não podem ser faladas.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uma história, uma amiga e uma saudade.


Ontem eu estava no ponto do ônibus, esperando aquela merda chegar pra levar pra faculdade. E um dos melhores momentos para pensar e lembrar de coisas são esses. Momentos em que não temos nada pra fazer e não temos opção. E então começou a tocar uma música qualquer que me fez lembrar, instantaneamente, da minha ultima viagem.
Foi uma grande loucura, mas, quem disse que eu não sou louca?
Uns meses atrás eu escrevi uma historia. Uma historia que eu achei que não daria em nada e que ninguém leria como todas as outras que escrevi. Mas essa, por algum motivo que desconheço, chamou atenção de uma garota. Ela comentou, eu respondi, ela comentou de novo... Conversamos, fomos pro twitter e logo estávamos conversando pelo chat do facebook, já que tínhamos sido expulsas do twitter com a seguinte frase: isso aqui não é chat de facebook.
Os dias foram passando e sempre conversávamos. No twitter, no facebook... O tempo todo. Sobre histórias, sobre música, já que temos algumas bandas em comum, sobre seriados... Sobre qualquer coisa eu podia falar com ela.
Logo me vi contando minha historia pra ela, dividindo meus problemas. Ela logo também estava me contando da vida dela e de seus problemas, e quando me dei conta éramos amigas.
Nem tudo é perfeito, claro. Ela faz o favor de morar la na casa do caralho. Numa cidadezinha no meio do estado de São Paulo. E eu aqui, em Curitiba.
Em pouco tempo nós já falávamos de uma visitar a outra, mas não tínhamos data nem nada concreto. Eu sabia que quando eu acordasse num daqueles meus dias inspirados eu iria. Ou no mínimo decidiria data certa. E foi mais ou menos o que aconteceu. Falamos que eu deveria ir em Janeiro. Janeiro chegou e eu estava tão absolutamente nervosa e ansiosa. Comprei minha passagem, eu não sabia quando voltaria muito menos o que eu iria fazer. Só sabia que chegaria lá no dia seguinte as 8 horas da manhã.
Qualquer pessoa que me conheça sabe que eu sou impaciente, inquieta e insone. Eu não durmo. E eu não paro quieta. Agora pense que tive que ficar sentada numa poltrona não muito confortável por pelo menos 9 horas. Vi Osasco passar por mim, vi São Paulo passar, vi Campinas passar pelos meus olhos... Vi tanta cidade passar por mim que achei que não chegaria jamais ao meu destino. Eu estava ansiosa, nervosa, com um pouco de medo até. E se ela não gostasse de mim pessoalmente? E se ela nem aparecesse? Eu estava num lugar desconhecido.
Logo anunciaram a parada na cidade que eu deveria descer. Eu na minha costumeira jaqueta de couro, e um calor do inferno do lado de fora do ônibus. Eu quase morri sufocada quando ainda descia as escadas para fora. Respirei fundo. Cheguei.
E nem tive tempo de pensar em nada, quando me virei para poder pegar minha mala no bagageiro do ônibus alguém gritou “Nara?!?!” e quando me virei, senti aquela doida me abraçar gritando. Na hora confesso que não tive reação. Era ela. Eu sou meio lerda pra certas coisas e quando pensei em realmente retribuir o abraço ele já havia acabado e eu já estava falando pra ela me deixar pegar a minha mala.
Logo estávamos no carro do pai dela e eu já estava toda a vontade reclamando do calor, liguei pra minha mãe e nós duas tagarelávamos como se nos víssemos todos os dias. Como se tivéssemos anos e anos de amizade. Foi incrível.
Chegamos a casa dela e eu me senti bem. Eu estava sã e salva. Eu era bem vinda.
Foram poucos dias, mas foram dias suficientes para que eu não quisesse entrar no ônibus que me traria de volta pra casa.
Eu ri com ela, ri dela. Passeamos, passei calor, sofri de calor, morri de calor. Tomei o melhor sorvete da minha vida, comi coisas gostosas, conheci pessoas legais. Bebi, claro. E ainda ganhei presentes.
Mas na hora que entrei no ônibus que me traria pra casa eu pensei apenas que eu queria que ela estivesse na poltrona ao meu lado, indo comigo pra casa. Era estranho estar sozinha novamente, voltando pra Curitiba, quando eu sabia que tinha uma amiga e tanto que estava ficando a cada minuto mais longe.  Cada KM que eu estava mais próxima de casa eu ficava mais longe dela e eu estive em uma confusão de sentimentos absurda nas horas que fiquei presa naquele ônibus.
Claro que depois de algumas horas eu realmente ansiava por chegar em casa, tomar um banho e me esticar na minha cama. Mas quando cheguei em casa eu pensei: que silencio sem a voz dela pra falar qualquer merda e me fazer rir.
E eu sei que ela também se sentiu assim. E na verdade até agora, mais de um mês depois dessa viagem, eu ainda sinto por alguns instantes que eu não deveria estar nesse quarto sozinha, e sim com ela do lado falando sobre qualquer coisa.
Por ironia do destino uma historia minha que resolvi colocar na internet me trouxe uma amiga. Uma amiga de verdade, que se eu puder levarei pra toda minha vida.
E eu escrevi tudo isso apenas porque hoje acordei com saudade daqueles dias. Eu espero poder vê-la novamente em breve. MUITO em breve.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Minha pedrinha de gelo que descongelou


Seis meses. De novo muito tempo sem me lembrar de que gosto de expor aqui.
Talvez eu não esteja tão exposta assim porque é bem provável que não haja viv’alma que ainda visite essa coisa.
O que apenas melhora pra mim. Me sinto mais leve pra escrever. Desabafar. Esse aqui é meu cantinho pra chorar.
O melhor amigo que me escuta as lamurias sem reclamar, sem pedir nada em troca. Sem me olhar com pena. Infelizmente o melhor amigo que não me oferece ajuda, apenas um conforto momentâneo.
Mas é o melhor que posso ter e o que eu preciso. Um amigo pra desabafar.
Por algum motivo que desconheço o destino e a vida se uniram pra brincar com a minha cara.
Porque não tem outro tipo de explicação para o que acontece comigo agora.
Só consigo classificar como piada do destino.
A última coisa que eu escrevi aqui foi reclamando que não conseguia sentir nada.
Até aí ótimo. Mas as coisas mudam.
Faz 6 longos meses desde aquele texto, e nesse tempo as coisas podem ter mudado um pouco. A cada dia que passa as coisas vão ficando mais difíceis, mais complicadas.
Não sei dizer se é ruim, mas eu tinha esquecido o quanto doía sentir algo.
Sentir qualquer coisa machuca, dói. É horrível.
Hoje me peguei sentada aqui, pensando em algo, ou alguém, e sentindo a absurda vontade de chorar. Chorar de soluçar, chorar até que meu corpo se cansasse tanto que eu dormiria. Chorar todas as dores. Chorar a maldição de sentir algo.
Confesso que a vontade de chorar ainda me aperta o peito agora. Que os olhos estão cheios de lagrimas ao escrever isso aqui. Mas eu tento ser forte e não chorar. Eu não sou mais uma menininha, nem muito menos aquela adolescente boba. Eu sou uma mulher.
E eu digo a mim mesma que mulheres não choram.
Não me importo se isso é uma mentira, eu apenas digo isso repetidamente para mim.
E é tão vergonhoso pra mim assumir tudo isso. Logo eu que me gabei tanto por não sentir mais nada, por poder apenas analisar as coisas com meu cérebro, e não mais usar o coração.
Eu que tinha dito a mim mesma que não permitiria mais que o coração me guiasse. Que jurei mente-lo congelado para sempre no meu peito.
Então a vida riu da minha cara e o destino fez seu trabalho e eu senti, pouco a pouco o gelo derreter. Senti o cérebro começar a vacilar ao ouvir os sussurros do coração. Coração aquele que devia estar morto depois de tudo que viveu, mas que estava apenas adormecido. E a cada minuto que passa parece mais e mais vivo. Mais e mais forte em mim.
E eu queria ter forças para calá-lo, porém não tenho. Queria poder congelá-lo novamente, mas não tenho esse poder.
Queria muito poder colocar uma adaga nele e fazê-lo parar de bater por pessoas, mas não tenho essa coragem.
Só quero registrar aqui, hoje, nessa noite que estou confusa em pensamentos, que eu sinto. Que, infelizmente, eu sinto novamente.
Tudo que eu queria era voltar a não ter um coração batendo, quente e agitado, no peito. Eu queria de volta minha pedra de gelo. Só isso.