quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Minha pedrinha de gelo que descongelou


Seis meses. De novo muito tempo sem me lembrar de que gosto de expor aqui.
Talvez eu não esteja tão exposta assim porque é bem provável que não haja viv’alma que ainda visite essa coisa.
O que apenas melhora pra mim. Me sinto mais leve pra escrever. Desabafar. Esse aqui é meu cantinho pra chorar.
O melhor amigo que me escuta as lamurias sem reclamar, sem pedir nada em troca. Sem me olhar com pena. Infelizmente o melhor amigo que não me oferece ajuda, apenas um conforto momentâneo.
Mas é o melhor que posso ter e o que eu preciso. Um amigo pra desabafar.
Por algum motivo que desconheço o destino e a vida se uniram pra brincar com a minha cara.
Porque não tem outro tipo de explicação para o que acontece comigo agora.
Só consigo classificar como piada do destino.
A última coisa que eu escrevi aqui foi reclamando que não conseguia sentir nada.
Até aí ótimo. Mas as coisas mudam.
Faz 6 longos meses desde aquele texto, e nesse tempo as coisas podem ter mudado um pouco. A cada dia que passa as coisas vão ficando mais difíceis, mais complicadas.
Não sei dizer se é ruim, mas eu tinha esquecido o quanto doía sentir algo.
Sentir qualquer coisa machuca, dói. É horrível.
Hoje me peguei sentada aqui, pensando em algo, ou alguém, e sentindo a absurda vontade de chorar. Chorar de soluçar, chorar até que meu corpo se cansasse tanto que eu dormiria. Chorar todas as dores. Chorar a maldição de sentir algo.
Confesso que a vontade de chorar ainda me aperta o peito agora. Que os olhos estão cheios de lagrimas ao escrever isso aqui. Mas eu tento ser forte e não chorar. Eu não sou mais uma menininha, nem muito menos aquela adolescente boba. Eu sou uma mulher.
E eu digo a mim mesma que mulheres não choram.
Não me importo se isso é uma mentira, eu apenas digo isso repetidamente para mim.
E é tão vergonhoso pra mim assumir tudo isso. Logo eu que me gabei tanto por não sentir mais nada, por poder apenas analisar as coisas com meu cérebro, e não mais usar o coração.
Eu que tinha dito a mim mesma que não permitiria mais que o coração me guiasse. Que jurei mente-lo congelado para sempre no meu peito.
Então a vida riu da minha cara e o destino fez seu trabalho e eu senti, pouco a pouco o gelo derreter. Senti o cérebro começar a vacilar ao ouvir os sussurros do coração. Coração aquele que devia estar morto depois de tudo que viveu, mas que estava apenas adormecido. E a cada minuto que passa parece mais e mais vivo. Mais e mais forte em mim.
E eu queria ter forças para calá-lo, porém não tenho. Queria poder congelá-lo novamente, mas não tenho esse poder.
Queria muito poder colocar uma adaga nele e fazê-lo parar de bater por pessoas, mas não tenho essa coragem.
Só quero registrar aqui, hoje, nessa noite que estou confusa em pensamentos, que eu sinto. Que, infelizmente, eu sinto novamente.
Tudo que eu queria era voltar a não ter um coração batendo, quente e agitado, no peito. Eu queria de volta minha pedra de gelo. Só isso.

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